O Brasil produz 12 bilhões de litros de cerveja por ano é o terceiro maior mercado de cervejas do mundo, atrás apenas da China e dos EUA. Apesar do nosso consumo per capita ser baixo - 2018 foi de 60 litros por pessoa/ano, deixando o país na trigésima primeira colocação - a nossa cultura gastronômica tem forte ligação com a bebida maltada, pois muitas pessoas não dispensam uma cervejinha com uma boa comida ou um bom motivo para comemorar. Não é atoa que a maior empresa de cervejas do mundo seja brasileira, a Ambev.
Dentre tantas marcas disponíveis no Brasil, quais devo ter no meu restaurante? Primeiro, vamos às estatísticas:
Segundo o site O Globo, as marcas mais vendidas no Brasil são:
- Skol (29%)
- Brahma (17%)
- Antártica (10%)
- Itaipava (9%)
- Schin (8%)
- Outras marcas (27%)
Dentro das outras marcas se destacam Heineken, Kaiser, Crystal, Bohemia e Bavária. Note que todas são do estilo light lager e nenhuma é puro malte (exceto a Heineken), o que revela o paladar do brasileiro por cervejas leves. Esses dados são a nível Brasil, por região há algumas diferenças. A maior é no sul do país, onde por exemplo marcas como Bohemia e Eisenbahn aparecem no top 5.
Um estudo feito pela empresa de pesquisas MindMiners revelou alguns fatos interessantes, por exemplo, as marcas preferidas dos brasileiros é Skol e Heineken.
O estudo também mostra que a regionalidade e a idade dos entrevistados impacta diretamente seu perfil de consumo, além de indicar a associação que os consumidores fazem com as marcas:
- Heineken: esportes.
- Skol: praia e carnaval.
- Eisenbahn: restaurantes.
- Itaipava: festas de rua.
- Original: bares e botecos.
Dado curioso também é que a pesquisa revela que a marca mais pedida acima dos 41 anos é a Antártica, e já no ramo das baladas a Skol é a marca preferida do público.
Nem tão loiras e nem tão geladas
Atualmente o market share do mercado brasileiro de cervejas é dividido em quatro grandes categorias:
- Mainstream 84%: são as principais marcas de combate. Este segmento vem diminuindo a cada ano. (ex: Skol, Bavaria, Brahma)
- Premium 10%: é o segmento que mais cresce atualmente. (ex: Heineken, Budweiser, Corona)
- Low Cost 5%: são as cervejas super baratas e menor qualidade. (ex: Crystal, Glacial, Cintra)
- Artesanais 1%: novidade dos últimos anos, engloba as microcervejarias e as importadas especiais e seus milhares de estilos (ex: Saint bier, Coruja, Barco Brewers)
Importante notar que apesar da mainstream ainda ser o maior mercado, ele vem perdendo espaço para as premiums e para as artesanais. No EUA as artesanais representam 14% do share, por exemplo. Na Europa são 9%, e tudo indica que o Brasil irá chegar nesses níveis nos próximos anos, portanto se atente para incluir rótulos e barris de microcervejarias. Dê preferência pelas locais onde você consegue uma boa negociação. Os estilos mais pedidos nos restaurantes são IPA, APA, Weiss e Belgian Ale. Se você não é um pub especializado em cerveja artesanal, provavelmente não vai ser elas as mais vendidas, mas é muito importante explorar bem elas no seu cardápio, pois são cada vez mais pedidas e a margem de lucro para você é bem maior do que as cervejas comuns.
Chope ou Cerveja?
Você sabe a diferença entre eles? Tecnicamente falando é apenas uma: pasteurização. O chope que passa pelo processo e pasteurização se transforma em cerveja. Esse processo, que basicamente é “cozinhar o chope” depois de pronto, mata o fermento que estava ativo na bebida e outros micro organismos que tiveram contato com a cerveja através do ar, resultando em prazo de validade que vai de 7 dias no chope para 1 ano no caso da cerveja, em média.
O chope é charmoso e muita gente prefere ele do que cerveja. De fato, o processo de pasteurização pode tirar um pouco de sabor e o chope acaba mantendo todo o frescor do malte e do lúpulo. Em geral, a margem de lucro do chope é maior por copo e se torna uma oferta a mais ao cliente, mas a operação pode ser mais complicada. Por exemplo, você vai precisar de uma chopeira e cilindro de gás CO², e embora as distribuidoras geralmente disponibilizam isto, alguém no restaurante tem que saber regular o equipamento e cuidar do estoque de CO² e de barril também, além de arranjar espaço para chopeira, barril e cilindro, trio este que é grande e pesado. Outro fator é a validade, se você não tiver câmara fria, em poucos dias o produto pode azedar. O legal do chope é sempre estar engatando sabores diferentes das microcervejarias, e ofertando uma gama de sabores bem diversificada aos clientes.
A cerveja por sua vez é mais versátil de trabalhar, exige apenas uma geladeira cervejeira. Entretanto não tem o charme do chope, e você ainda vai ter juntar as garrafas retornáveis.
Mas se puder, tenha os dois, assim seu cliente tem mais opções para escolher e você mais chances de vender.
Leia também: A importância de trabalhar com chopes e cervejas artesanais
Montando o portfólio de marcas de cerveja para vender
Com todos estes dados agora ficou fácil na hora de decidir. Mas por via de regra, levando em consideração um restaurante padrão à la carte, tenha de 2 a 3 cervejas 600ml mainstream, 2 a 3 long necks de marcas premium, 1 a 2 de artesanal e pelo menos 1 chope. Certamente estará bem servido e com venda para todas.
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