Montar um cardápio é uma arte. Não é tão simples quanto simplesmente listar cada item com o preço ao lado e separá-los por categoria — ainda que na prática, pareça ser fácil.
Existem muitas dicas, algumas muito sutis, que ajudam a estimular a imaginação do cliente positivamente. Logo, o cliente fica ansioso para pedir, sai satisfeito, e você vende mais.
Lembramos, entretanto, que as dicas a seguir são apenas isso — dicas. Você não é obrigado a colocar todas elas na prática, mas garantimos que fazer bom uso destas fará uma diferença tanto na apresentação quanto na eficiência do seu cardápio e ainda podem aumentar as vendas do seu restaurante.
1. Esconda símbolos monetários
Esse truque famoso que, apesar da simplicidade, tem um efeito inegável no consumidor.
Na prática, basta evitar o uso de qualquer símbolo monetário no cardápio (como “R$”), optando por usar somente o valor. Parece bobo, mas psicologicamente, passa a impressão de que o produto é mais barato do que realmente é.
Porém, em certos casos é melhor manter o símbolo — por exemplo, se você costuma atender estrangeiros, o símbolo monetário ajuda a evitar confusão.
Isso não é problema, pois existem muitas outras maneiras de tornar preços mais agradáveis aos olhos do cliente.
Em propagandas e anúncios é inevitável o uso do cifrão, pois um número sem este pareceria solto e confuso, por mais que as pessoas assumissem se tratar do preço. Por isso, agências costumam usar outra tática — o valor bem grande e o cifrão bem pequeno. Isso chama atenção ao número, mas deixa claro se tratar de um valor.
2. Números quebrados são ótimos
A regrinha básica é: quanto menos “zeros” na direita do valor, maiores as chances de venda.
Por isso até hoje a grande maioria dos produtos usa valores do tipo “apenas R$ 1999,90.”
Afinal, toda cidade tem uma fachada com os dizeres “a partir de 1,99”.
Em um restaurante é mais fácil usar essa tática porque quase sempre o prato custará algo na casa de dois dígitos.
Logo, um almoço baratinho por “apenas R$ 10” automaticamente fica mais atraente se custar “apenas R$ 9,90.”
3. Descrições são poderosas ferramentas
Boas descrições no cardápio exercitam a imaginação e ajudam a vender, além de cumprirem o papel prático de informar ao cliente exatamente o que estará pedindo.
Uma boa descrição valoriza o prato. Pense dessa maneira — se um cliente está lendo a descrição é porque o prato já o interessou. O preço pode até lhe parecer um pouco salgado, mas assim que começa a ler a descrição, ele passa a imaginar cada ingrediente, cada gosto, cada aroma…
E logo, o preço já nem importa tanto.
Uma boa prática para as descrições é sempre colocar os itens mais importantes do prato primeiro, e manter essa regrinha para todo o cardápio.
E apesar das descrições ajudarem, tome cuidado com um excesso de nomes vagos ou desconhecidos — forçar o cliente a ler todas as descrições para ter uma ideia do que se trata é cansativo.
Certa vez, em uma lancheria, resolvi pedir um pastel grande. Procurei por algo com calabresa no cardápio, mas para minha surpresa, NENHUM dos mais de trinta sabores tinham descrição. Ou seja, só vi nomes como “Casadão”, “Água na Boca”, “Campeão”, “Delicioso”, “Maneiro”… e nenhuma ideia do que cada um continha. Mas aqui surge outro problema — mesmo que houvesse uma descrição para cada um, seria cansativo ter que passar por todas até encontrar a opção certa. Em casos assim, é melhor que o nome do item se resuma aos principais ingredientes e a descrição contenha apenas o restante, se houver.
4. Itens caros chamam atenção aos mais baratos
Essa prática depende do tipo de comida que você serve, mas no geral, é uma ótima estratégia que funciona justamente pela sutileza.
Caso tenha pratos promocionais para os quais queira chamar atenção, não se acanhe de exibir itens mais caros em proximidade. A maioria dos clientes olha direto para o preço, e logo, ficarão felizes de ver um prato bem bacana por um bom preço — pois lhe parecerá que o produto realmente está barato comparado aos itens mais caros.
Mas é claro, não misture produtos de outras categorias. Ao invés disso, crie uma seção promocional, ou tire vantagem de páginas espelhadas caso seu cardápio ainda seja em papel. Assim, o cliente pode ver os preços altos em uma página e correr o olho para a outra, onde irá encontrar preços muito melhores em comparação.
5. Categorias de destaque são ótimas
Falando em categorias, abrir o cardápio com uma seção de destaques é sempre bom. Você imediatamente chama atenção aos seus itens promocionais e mais vendidos, o que para o cliente, significa que provavelmente são alguns dos melhores que você tem a oferecer.
Combine isso com algumas fotos de alta qualidade para os pratos principais e a venda está feita.
E falando em fotos…
6. Imagens ajudam a vender. MUITO.
Não é à toa que redes de fast food usam fotos tão lindas para vender seus produtos — às vezes a ponto das fotos não representarem o produto real.
A verdade é que até um prato comum pode parecer mais apetitoso em uma boa foto.
Existem muitos truques que você mesmo pode aplicar para tirar fotos de comida, mas para seu cardápio, recomendamos contratar um fotógrafo profissional.
Todas as categorias podem incluir fotos de destaque, mas em um cardápio digital você pode ter fotos de TODOS os produtos.
E lógico, use fotos originais dos SEUS produtos — procurar fotos de pratos semelhantes da internet é algo que pode ser facilmente descoberto e revela uma falta de profissionalismo gritante ao cliente.
7. Dois tamanhos de porção para o mesmo produto
Um truque simples que é feito automaticamente na maioria dos estabelecimentos simplesmente pela conveniência, mas pode (e deve) ser feito propositalmente para encorajar a venda de porções menores!
8. Mantenha o cardápio atualizado SEMPRE
Tenho certeza que já aconteceu com você em algum estabelecimento — você confere o cardápio, lê as descrições e decide.
Você chama o garçom, faz o pedido, e com um sorriso amarelo ele lhe diz:
— Desculpe, mas estamos em falta desse produto.
É muito chato para um cliente escolher justamente o item que está em falta ou não está mais em produção, seja lá qual for o motivo.
Portanto, tente manter o cardápio atualizado. Se não estiver trabalhando mais com certos itens, delete-os do cardápio.
9. Opções para casos especiais
Nem sempre é possível oferecer opções que sirvam para qualquer restrição alimentar. Por exemplo, você pode até ter a opção de pizza sem glúten na sua pizzaria, mas pessoas com alergia ao glúten podem passar mal somente por entrar no estabelecimento.
Mas não significa que você não deva tentar.
Para pizzas, ofereça algumas opções veganas — muitas pessoas vão apreciar.
O mesmo vale para dietas com restrição de açúcar e lactose. Sempre que possível, deixa alguma opção para esse público.
Estes são clientes que, mesmo que estejam só acompanhando seus amigos num jantar, ainda podem apreciar seu prato sem restrições.
10. Tenha uma maneira de calcular popularidade
É importante ter uma forma confiável de medir a popularidade dos seus itens, pois somente assim você poderá ajustar preços, porções, custo, combos, etc.
Geralmente sistemas para restaurantes contam com alguma opção do tipo, mas um cardápio digital já conta com essa função embutida — você pode conferir a qualquer hora quais pratos são os mais pedidos por período, seja por semana, mês, últimos três meses, o que precisar.
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