Cloud Kitchen: o que são as cozinhas compartilhadas?

O modelo Cloud Kitchen cresceu no último ano devido ao aumento de pedidos de delivery, mas você sabe qual a ligação entre eles? Descubra agora o que os une e quais os diferenciais desse modelo de cozinha.

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Cloud kitchen

As Cloud Kitchens têm como finalidade preparar e entregar pedidos de delivery. O novo modelo de cozinhas compartilhadas serve como uma espécie de coworking do Food Service e funciona em um espaço construído para atender diversos chefs de diferentes restaurantes.

Pode parecer estranho, mas as cozinhas compartilhadas não possuem mesas ou cadeiras para clientes, o fluxo ocorre inteiramente a partir de pedidos delivery.

Falando nisso, você sabia que esse setor de entregas é um dos segmentos que mais cresceu nos últimos anos? Com isso, alguns locais optaram por fechar as portas ao público e manter apenas o serviço de entrega.

Mas o conceito de Cloud Kitchen não se resume apenas a um negócio voltado ao atendimento delivery. Neste artigo, a gente conta tudo sobre o que esse modelo de negócio significa e como essa tendência funciona. Boa leitura!

O que é Cloud Kitchen?

Também conhecida como Dark ou Ghost Kitchens, além de ser uma cozinha para atendimento delivery, muitas Cloud Kitchens também compartilham o espaço, ou seja, vários restaurantes podem funcionar em um mesmo ambiente, dividindo custos e despesas do local.

Inclusive, essa é a maior vantagem de administrar uma cozinha de delivery como essa, já que todos os custos com aluguel, luz e água são divididos, diminuindo os gastos e possibilitando um aumento da margem de lucro dos restaurantes.

É possível encontrar esse modelo de duas maneiras distintas:

1.  Cloud Kitchen com aluguel mensal

A primeira opção é alugar um espaço com cozinhas montadas, onde as equipes precisam levar apenas os utensílios pessoais e pagam um aluguel mensal com valor mais em conta.

De modo geral, os aluguéis variam entre R$ 4,5 mil e podem chegar a R$ 15 mil. Para alugar um espaço em uma dessas cozinhas, você pode utilizar a internet ou buscar por aplicativos de hubs de Dark Kitchens na loja de aplicativos do seu celular.

2.  Cloud Kitchen com aluguel diário

A segunda versão consiste em cozinhas completas, com todos os utensílios, onde o aluguel é pago diariamente, ou seja, a equipe aluga o espaço apenas por um dia ou por, no máximo, três dias.

Essa modalidade é mais comum para quem trabalha com a produção de comidas em grande escala sem estar necessariamente ligado a um aplicativo de entregas, como é o caso da produção de marmitas, massas e produtos artesanais para venda.

Assim, o empreendedor consegue alugar o local por apenas um dia para fazer a produção em larga escala e pagar um valor menor de aluguel. O valor de aluguel dessas cozinhas industriais por hora costuma partir de R$ 100.

Como funciona a Cloud Kitchen?

Imagine um coworking, só que voltado para cozinhas especializadas em delivery: assim funciona esse modelo de negócio.

Por esse motivo, é possível que vários restaurantes trabalhem juntos e possam dividir o mesmo colaborador que anotará os pedidos dos clientes e enviará para cada cozinha individualmente, assim como podem dividir o mesmo serviço de entrega.

Essas regras de compartilhamento são decididas em comum acordo entre os envolvidos, com o intuito de economizar ainda mais e facilitar o trabalho.

Mas, caso o gestor deseje trabalhar de maneira individual, ou seja, com seu próprio canal de pedidos e delivery, também é possível, só que nesse caso os custos certamente serão maiores.

Algumas normas para restaurantes também devem ser seguidas para que o ambiente comporte corretamente toda a estrutura de compartilhamento, entre elas está a principal regra: a higienização diária.

Nenhum restaurante, mesmo que alugue o espaço por um período maior de tempo, pode deixar o ambiente em situação precária de higiene, afinal, existem outras cozinhas no local que podem sofrer contaminações por causa da falta de cuidados.

Dessa maneira, sempre que um dia de trabalho for finalizado, é obrigação do restaurante que utilizou o espaço limpar, higienizar e deixar o local impecável para o próximo dia.

E como é feita a divisão entre os espaços?

Tanto os negócios que pagam mensalmente quanto aqueles que alugam o local por um dia podem ter que dividir o espaço com outros restaurantes, já que o valor reduzido é por conta da divisão dos custos com outros negócios operando no mesmo local.

Geralmente, cada restaurante é separado apenas por pequenas ilhas, que diferenciam as cozinhas de uma empresa para outra, demarcando o local.

Não são apenas empreendimentos exclusivos de delivery que costumam usar o espaço compartilhado, alguns grandes estabelecimentos viram na ideia de dividir a cozinha por um preço mais em conta, uma ótima opção para administrar melhor a cozinha convencional.

Basicamente, grandes restaurantes alugam uma Cloud Kitchen com o intuito de separar a cozinha convencional em duas: uma, que atenderá exclusivamente os clientes do salão e outra compartilhada, apenas para atender aos pedidos de tele-entrega.

Essa passa a ser uma ótima opção para descongestionar as cozinhas e manter a organização dentro e fora do restaurante.

Surgimento da Cloud Kitchen no Brasil

Ao que tudo indica, esse modelo de negócios chegou ao Brasil começando pela gigantesca São Paulo e há também um consenso sobre quando chegou aqui: as primeiras cozinhas compartilhadas surgiram em 2018 no País e, hoje, já existem mais de 230 negócios do tipo em território nacional.

Aliado ao delivery, esse serviço começou a ganhar força no Brasil com o início da pandemia. Só em São Paulo, várias empresas têm investido em um conceito de “hub” desse tipo de negócio.

As gigantes Rappi, Mimic, Steam e Órion, por exemplo, já ocupam boa parte da capital paulista com várias cozinhas-fantasma espalhadas pelo território.

Só a Mimic começou com dois modelos de Dark Kitchens em São Paulo e agora já opera cinco cozinhas nesse modelo. Já a Rappi conta com mais de 110 unidades de cozinhas-fantasma operando no Sudeste, Sul e Nordeste do País.

Qual a importância da Cloud Kitchen em termos de estratégia?

Assim como o coworking empresarial e as clínicas compartilhadas da área da saúde, a Cloud Kitchen tem como estratégia a redução de gastos, aumento da produtividade, localização e melhor infraestrutura.

É comum que negócios pequenos utilizem com mais frequência essa tendência, pois os custos com equipamentos adequados, aluguel e insumos saem mais em conta.

A boa localização também faz parte dos termos de estratégia, visto que esses espaços costumam ser em pontos centrais, o que otimiza o tempo de entrega, agregando qualidade ao serviço prestado.

Porém, é válido ressaltar a importância do trabalho de marketing neste ramo, afinal, não há qualquer possibilidade de uma visita ao local físico do empreendimento, o que faz com que a presença online se torne essencial para o crescimento dos negócios.

Como montar uma Cloud Kitchen?

Para começo de conversa, saiba que é preciso seguir com as regras estatais e legislações estabelecidas pela Vigilância Sanitária que envolvem o serviço de delivery, assim como ter em mãos toda a documentação e os alvarás necessários para regularizar o serviço de entrega.

Possuindo esses documentos, o gestor do restaurante pode dar início ao seu trabalho sem qualquer preocupação, já que as burocracias para o trabalho em Cloud Kitchen são relativamente menores.

É preciso negociar um contrato de locação com o proprietário do espaço, mas não se preocupe! Esse documento tende a ser menos exigente quanto aos termos de aluguel, o que pode ser um ótimo ponto de partida, já que, se a experiência não der certo, a finalização do contrato é muito mais simples.

Por fim, lembre-se que algumas cozinhas compartilhadas já possuem os equipamentos necessários para uma cozinha profissional, restando a você apenas a missão de comprar os ingredientes, embalagens e outros itens que forem convenientes para começar a sua jornada nesse novo modelo de restaurante.

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